Chefe do MPSP diz que mandante da morte de Ruy Ferraz está próximo de ser descoberto
O procurador-geral de Justiça de São Paulo, Paulo Sérgio de Oliveira e Costa, afirmou que a Polícia Civil e o Ministério Público estão próximos de identificar o mandante do assassinato do ex-delegado-geral Ruy Ferraz Fontes, morto em setembro em uma emboscada em Praia Grande. Sete suspeitos já foram presos, e as investigações indicam participação do PCC, embora a motivação ainda seja incerta. Fontes, jurado de morte pela facção desde 2006, havia liderado operações contra o grupo. O procurador destacou que o caso está avançando e relacionou o crime ao fortalecimento do PCC, que atua cada vez mais como uma máfia no estado.
O procurador-geral de Justiça de São Paulo, Paulo Sérgio de Oliveira e Costa, afirmou, em entrevista à IstoÉ, que a Polícia Civil e o Ministério Público (MPSP) estão próximos de identificar o mandante do assassinato do ex-delegado-geral do estado Ruy Ferraz Fontes, morto no mês passado. Oliveira e Costa disse que as investigações estão avançando, mas disse ser incógnita a motivação do crime.
Fontes foi morto no dia 15 de setembro após uma emboscada, em Praia Grande, no litoral paulista. O delegado, que atuava como secretário na cidade, deixava o trabalho quando foi perseguido por um carro. O carro do ex-delegado colidiu com um ônibus e foi alcançado pelos criminosos, que desceram do veículo e dispararam ao menos 15 vezes contra ele.
Até o momento, sete suspeitos foram presos por suspeita de participação no ataque. O último foi detido na sexta-feira, 17, apontado como o dono da casa em Mongaguá usada pela quadrilha antes da emboscada. Outros dois suspeitos seguem foragidos e um terceiro morreu em um confronto com a polícia no Paraná.
Embora os suspeitos tenham sido identificados, o mandante do assassinato ainda é uma incógnita para a Polícia Civil. Chefe do Ministério Público de São Paulo, Paulo Sérgio garante que as investigações estão se desenrolando e que o suspeito deve ser identificado em breve. “Estamos próximos de identificar quem ordenou o crime”, disse.
O fato apontado pela investigação é sobre a participação de membros do Primeiro Comando da Capital (PCC) no homicídio, mas a motivação do crime também é uma dúvida dos investigadores. Antes de se tornar delegado-geral de São Paulo, Ruy Ferraz Fontes era um dos membros do pelotão de frente em operações contra a organização criminosa. O delegado era um dos nomes jurados de morte pelo PCC pelo menos desde 2006.
“O Ministério Público está bastante atento, e em breve teremos os resultados desses trabalhos. A Polícia Civil e a Polícia Militar têm sido muito eficientes na identificação e na captura dos envolvidos. Já há vários elementos presos, e agora inicia-se a fase de obter, por meio deles, as informações necessárias para esclarecer os motivos desse crime”, afirma Oliveira e Costa.

Paulo Sérgio de Oliveira e Costa, procurador-geral de Justiça de São Paulo, afirmou que o MPSP e a Polícia estão próximos de identificar o mandante da morte de Ruy Ferraz Fontes
“Comenta-se que poderia ter sido por um fato pretérito, outros mencionam um fato recente — a questão central é que foi assassinado um delegado respeitado, ex-delegado da Polícia Civil e delegado-geral, em uma situação que mais uma vez chocou a população brasileira”, conclui o procurador.
Além do envolvimento no assassinado do delegado, o PCC entrou na mira do MPSP e da Polícia durante a operação Carbono Oculto, deflagrada em agosto. As investigações apontam a participação da facção na economia formal, com o uso de bancos, postos de combustíveis e motéis para lavar dinheiro. Mesmo que evite nomear, o procurador aponta que a facção começa a se portar como uma máfia, citando como exemplo a morte de Vinicius Gritzbach, assassinado à luz do dia no estacionamento do Aeroporto de Guarulhos no fim de 2024.