CCJ da Câmara avalia cassação de Carla Zambelli
A CCJ da Câmara deve analisar nesta terça (12) a cassação de Carla Zambelli, presa na Itália após fugir do Brasil. Ela foi condenada pelo STF a mais de 15 anos de prisão por invadir o sistema do CNJ com Walter Delgatti e por perseguir um eleitor com arma em 2022, sem possibilidade de recurso. Apesar de o STF já ter determinado a perda do mandato, a Câmara decidiu submeter o caso à comissão. Zambelli, que tem dupla cidadania, diz querer ser julgada na Itália e nega envolvimento na invasão.
A CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara dos Deputados pode analisar nesta terça-feira, 12, a cassação da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), presa na Itália desde o dia 29 de julho. A análise do caso está na pauta da reunião e a previsão é que o relator, deputado Diego Garcia (Republicanos-PR), apresente seu parecer.
Ainda há possibilidade de um pedido de vista (mais tempo para analisar o caso) e assim adiar a votação. A parlamentar foi condenada 10 anos de prisão pelo STF (Supremo Tribunal Federal) por, junto com o hacker Walter Delgatti Neto, invadir o sistema do CNJ (Conselho Nacional de Justiça) e registrar um mandato falso de prisão contra o ministro Alexandre de Moraes.
Cerca de 20 dias após a condenação, Zambelli fugiu do Brasil e foi para a Itália, onde possui dupla cidadania. Então o nome da parlamentar foi incluído na lista da Difusão Vermelha da Interpol, em julho, a pedido de Moraes. Pouco tempo depois, a deputada foi detida em Roma, na Itália.
Além disso, Zambelli também foi condenada a cinco anos e três meses de prisão por perseguir com uma arma um apoiador de Lula durante o segundo turno da eleição presidencial de 2022. Não cabe mais recurso das duas condenações.
Fora isso, o STF determinou a perda do mandato de Zambelli, sem deliberação da Câmara dos Deputados. O presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos), então decidiu adotar um rito distinto e enviou o caso para a análise dos parlamentares.
A direção da Câmara encaminhou à CCJ uma representação comunicando a decisão da Suprema Corte, que ainda precisa ser avaliada pelo colegiado.
A parlamentar expôs que deseja ser julgada na Itália e que vai provar não ter relação com a invasão ao sistema do CNJ.