Cão morre após erro de veterinário e protetora sofre para salvar pets

Cadela tinha cinomose, mas profissional errou o diagnóstico e infectou outros animais. Caso ocorreu em Campo Grande (MS)

Erro no anúncio de um exame de cinomose pode ter contribuído para a morte da cadela ''Stela'', em 22 de julho, em Campo Grande. O detalhe é que a doença é transmissível e pode ter contaminado outros 13 animais de uma protetora, que está desesperada e gastou o que não tinha para salvar os bichos. 

A cuidadora Cristiane de Almeida, 50 anos, conta que o drama começou quando resgatou Stela, em 5 de junho. Como prevenção, a levou a uma clínica veterinária, onde se constatou que a cadela tinha fetos mortos na barriga. Após a cirurgia, a dona exigiu teste de cinomose, já que ela iria conviver com outros cães. 

Antes de buscar a cadela, em 7 de julho, a protetora ligou para o veterinário, que garantiu que o exame deu negativo. Ela buscou a pet e foi para casa, que tem no total cerca de 80 animais abrigados. 

A cadela ficou junto dos outros cães, até manifestar sintomas, como respiração ofegante. A moradora diz que pagou uma consulta para o veterinário responsável pela clínica ir olhar a mascote. O profissional receitou um remédio, mas não desconfiou nem cogitou ser cinomose. 

''Vinte dias depois, ela teve quadro de incoordenação para caminhar e cabeça torta'', lamentou a protetora.

Ela decidiu levar a pet em outra clínica e mostrou a foto do exame que o veterinário anterior a enviou. Dito e feito, era cinomose! 

''Aí eu fiquei louca. A veterinária dessa segunda clínica falou: 'para tudo! Esse teste nunca foi negativo, sempre foi positivo''', acrescentou a protetora. 

Indignada e assustada, a dona dos cães acionou o veterinário. Ele justificou que o exame foi feito por uma colega da clínica e ela enviou a foto do resultado pelo WhatsApp, mas ele não abriu. O veterinário garantiu que a médica escreveu que o teste tinha dado negativo. 

Na conversa pelo aplicativo com o veterinário, ouvida pelo TopMídiaNews, o profissional pede desculpas e que iria se responsabilizar pelos danos. No entanto, a denunciante diz que até agora não recebeu qualquer ajuda. 

''Eles me ignoraram... agora ele diz que é o dono da clínica que vai resolver, mas não me ajudaram'', garante a mulher.

Stela morreu em 22 de julho. ''Se ele tivesse tratado desde o início, talvez não teria morrido'', reflete Almeida. 

Dor e prejuízo 

Chorando enquanto passava as informações, a denunciante diz que não aguenta ver a foto de quando Stela estava doente.

A moradora conta que teve de comprar 50 frascos de medicamentos – Soroglobin e Infervac – e aplicou em todos os cães que tiveram contato com Stela. Um deles, a cachorra Ágata, testou positivo para a cinomose. 

''Gastei de seis a sete mil reais... tirei dinheiro de onde não tinha, porque vivo de doações'', desabafou a vítima em tom de desespero. 

Sendo assim, a moradora pede ajuda em dinheiro para bancar o custo do tratamento, de cerca de R$ 7 mil. A chave PIX para doações é: 67992531786. O telefone para informações é: (67) 9 9253-1786.  

Outro lado 

O médico veterinário, responsável pela clínica e que fez o atendimento de Stela, reconheceu que houve um erro ao dizer que o teste deu negativo quando era positivo para a doença. 

''Sim, realmente, minha colega 'comeu barriga', mas ela não trabalha mais aqui''', disse sobre o resultado do exame. No entanto, nega com veemência que o estabelecimento deixou de prestar assistência. 

''A empresa nunca deixou de fazer assistência para ela'', garantiu o profissional, que pediu para não ter o nome revelado.

Ele disse que tentou contato várias vezes com a cliente, mas que ela troca de advogados com frequência.

O veterinário exibiu prints de conversas no WhatsApp onde ele questiona uma advogada da protetora sobre como negociar o impasse. Ele diz que até o momento não teve uma resposta exata sobre o que a outra parte quer.

Cristiane, segue o médico, teria se recusado a falar com ele e estaria exaltada e pediu para resolver somente com os advogados.

O profissional também conta que a cliente procurou o dono da clínica, mas a conversa não teria rendido frutos porque a mulher estava exaltada.

O veterinário garante que se as conversas se mantivessem o problema já teria sido resolvido. Ele garantiu que iria pedir para o advogado fazer novo contato com a outra parte.