Brasil tem 14 casos confirmados de intoxicação por metanol
O Ministério da Saúde confirmou 195 notificações de intoxicação por metanol no Brasil, com 14 casos confirmados e 181 em investigação, principalmente em São Paulo, onde duas pessoas morreram e 41 foram presas por adulteração de bebidas. Há suspeitas também em outros 13 estados. O ministro Alexandre Padilha classificou a situação como “anormal” e orientou a população a evitar o consumo de bebidas alcoólicas até a regularização. Especialistas alertam que consumidores não conseguem identificar falsificações e recomendam cautela, enquanto médicos reforçam que a rápida identificação e tratamento são essenciais para salvar vidas.
O Ministério da Saúde informou neste sábado, 4, que o Brasil tem 195 notificações de intoxicação por metanol após a ingestão de bebida alcoólica, sendo 14 casos confirmados e 181 em investigação.
São Paulo lidera, com 162 registros (14 confirmados e 148 em investigação). Duas pessoas morreram no estado após ingerir a substância, onde 41 pessoas foram presas por suspeita de adulteração criminosa de bebidas.
Também há casos suspeitos de intoxicação por metanol nos seguintes estados: 11 em Pernambuco; 5 em Mato Grosso do Sul; 3 no Paraná; 2 na Bahia; 2 em Goiás; 2 no Rio Grande do Sul; 1 no Distrito Federal; 1 no Espírito Santo; 1 em Minas Gerais; 1 em Mato Grosso; 1 em Rondônia; 1 no Piauí; 1 no Rio de Janeiro; e 1 na Paraíba.
Os óbitos investigados estão divididos pelos seguintes estados: 7 em São Paulo; 3 em Pernambuco; 1 na Bahia; 1 no Mato Grosso do Sul.
A crise do metanol
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, classificou o cenário como “anormal” e recomendou que a população não consuma bebidas alcoólicas até a regularização da situação. Os casos registrados de contaminação ocorreram após o consumo de vodka, gin e whisky.
Os órgãos de vigilância sanitária recomendam a bares, empresas e demais estabelecimentos que comercializam bebidas que redobrem a atenção quanto à procedência dos produtos. Aos consumidores, a orientação é para não adquirir substâncias sem rótulo, lacre de segurança e selo fiscal até a resolução dos casos.
Em entrevista à IstoÉ, o ex-Secretário Nacional do Consumidor e ex-Presidente do Conselho Nacional de Combate à Pirataria, Arthur Rollo, afirmou que “todo tipo de estabelecimento oferece um risco ao consumidor” durante a crise do metanol.
“O consumidor não tem qualificação para identificar se os lacres ou selos de conformidade estão adulterados. Enquanto isso não estiver devidamente verificado, os consumidores não estão seguros, seja para comprar em um supermercado, adega, bar ou restaurante”, disse.
O gerente médico do Pronto Atendimento do Hospital Sírio-Libanês, Luis Penna, recomendou a interrupção no consumo de destilados também para evitar o aumento no número de atendimentos hospitalares e internações. Segundo o médico, a agilidade na identificação e tratamento é fundamental para tratar a intoxicação.