Brasil elimina transmissão vertical do HIV e registra menor mortalidade em anos
Dados
O Brasil eliminou a transmissão vertical do HIV, da mãe para o bebê, e alcançou a menor taxa de mortalidade dos últimos anos. Os dados são do novo boletim epidemiológico divulgado pelo Ministério da Saúde nesta segunda-feira (1º).
O país registrou queda de quase 8% nos casos de gestantes com HIV e uma redução de 4,2% no número de crianças expostas ao vírus. Mais de 95% das grávidas fizeram pré-natal, foram testadas para HIV e, quando necessário, receberam tratamento. Isso significa que o país conseguiu impedir, de forma contínua, que o vírus passasse para os bebês durante a gravidez, parto ou amamentação, alcançando metas internacionais.
O Brasil registrou no ano passado 68,4 mil pessoas vivendo com HIV ou aids, mantendo a tendência de estabilidade observada nos últimos anos. Os dados mostram ainda que pela primeira vez o número de óbitos ficou abaixo de 10 mil em três décadas. Foram 9 mil e 100 mortes - uma queda de 13% em relação a 2023. O Ministro da Saúde Alexandre Padilha reforça que, apesar dos números positivos, o preconceito ainda é o maior desafio a ser enfrentado na população brasileira.
"São números para celebrar, mas, sobretudo, para ganhar energia para enfrentar os desafios que nós temos. A gente ainda tem muito preconceito e muito estigma relacionado à HIV e AIDS, muito preconceito e muito estigma nas populações mais vulneráveis, e, por isso, elas aprofundam a sua situação de vulnerabilidade. Temos desafios enormes sobre o acesso aos medicamentos, sobretudo as inovações tecnológicas que sinalizam a possibilidade de medicações injetáveis."
Nesta segunda-feira (1º), o Ministério da Saúde abriu ao público, em Brasília, a exposição “40 anos da história da resposta brasileira à aids” e lançou a campanha “Nascer sem HIV, viver sem aids”, reforçando o compromisso contínuo do país no enfrentamento ao HIV. Este ano, para dialogar com o público jovem, que vem reduzindo o uso de preservativos nas relações sexuais, o Ministério da Saúde lançou camisinhas texturizadas e sensitivas, com a aquisição de 190 milhões de unidades de cada modelo.