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Autoridades pró-russas acusam Kiev de ataque contra ponte em Kherson
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Brasil/Mundo

Autoridades pró-russas acusam Kiev de ataque contra ponte em Kherson

RTP

As autoridades russas de Kherson, na Ucrânia, acusaram as forças de Kiev de matar quatro pessoas num ataque contra uma ponte esta sexta-feira. A região foi anexada por Moscovo em setembro e está a ser evacuada pelas forças pró-russas.

De acordo com o chefe-adjunto da ocupação russa em Kherson, Kirill Stremooussov, as tropas ucranianas bombardearam a ponte Antonovskiy, no Rio Dnipro, uma via que está a ser usada para a retirada de população.

“Quatro pessoas morreram. Como uma fortaleza, a cidade de Kherson está a preparar a sua defesa”, disse o responsável através do Telegram.

A administração da ocupação russa acusa as forças ucranianas de dispararem “12 mísseis de longo alcance HIMARS numa zona de passagem de civis, perto da ponte Antonovskiy”. Moscovo diz ter intercetado 11 desses mísseis. Cerca de dez veículos foram destruídos por este ataque, adiantam as forças russas.
A ponte Antonovskiy é uma das principais rotas de abastecimento para as forças russas no sul da Ucrânia. Moscovo argumenta que essa é a razão pela qual as forças armadas ucranianas têm interesse em atacar a infraestrutura, à imagem do que fizeram na ponte da Crimeia.
O responsável russo Kirill Stremooussov indicou que cerca de 15 mil pessoas atravessaram o rio Dnipro para “procurar refúgio”. Garante no entanto que as tropas afetas a Moscovo não vão abandonar aquela cidade, conquistada pelos russos logo no início da invasão, e que vão “resistir até ao último homem”.

Nos últimos dias, as forças pró-russas têm exortado os civis de Kherson a abandonarem a cidade, alertando para uma investida iminente por parte da Ucrânia.

Kherson, a segunda maior cidade da Ucrânia, foi a primeira grande conquista das tropas russas logo no início da invasão, em fevereiro. É a única capital regional capturada pelos russos e faz parte de uma das regiões anexadas pela Rússia em setembro.

O governador russo de Kherson, Vladimir Saldo, tinha indicado na quarta-feira que as autoridades russas esperavam a retirada de 50 a 60 mil pessoas nos seis dias seguintes.

Kiev tem acusado Moscovo de um “espetáculo de propaganda” com as evacuações e diz que estas deslocações populacionais são na verdade “deportações”. Caso se confirme, a retirada forçada de pessoas pode constituir um crime de guerra, de acordo com a definição das Nações Unidas.

Na aceção da ONU, “a transferência, direta ou indireta, por parte de uma força ocupante de parte da sua própria população civil para o território que ocupa, ou a deportação ou transferência de toda ou parte da população do território ocupado”, constituem crimes de guerra.

Em março, a Ucrânia acusou a Rússia de deportar ilegalmente milhares de pessoas a partir de Mariupol, cidade devastada durante vários meses por bombardeamentos russos.

Na última terça-feira, a câmara baixa do Parlamento russo - a Duma - discutiu planos de retirada de residentes de Kherson para a Rússia. O vice-primeiro-ministro Marat Khusnullin indicou que a população retirada daquela cidade poderia receber uma nova casa e assistência financeira por parte do Governo.

De acordo com a televisão russa Vremya, cada agregado familiar deslocado poderá receber 100 mil rublos (cerca de 1.654 euros) para compensar as perdas materiais em Kherson.

RTP

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