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Associação Caatinga celebra em 3 de outubro o Dia Nacional da Abelha com foco no trabalho com meliponicultores
Divulgação
Brasil/Mundo

Associação Caatinga celebra em 3 de outubro o Dia Nacional da Abelha com foco no trabalho com meliponicultores

Redação com assessoria

No Dia Nacional da Abelha (3 de outubro), destaca-se o trabalho da Associação Caatinga, que desde 2007 fortalece a meliponicultura no semiárido com apoio do projeto No Clima da Caatinga (Petrobras). A iniciativa já distribuiu 260 caixas de enxames, capacitou 341 pessoas e implantou 11 meliponários, gerando renda sustentável — o mel da abelha Jandaíra pode chegar a R$150 o litro — e contribuindo para a conservação da Caatinga. Atualmente, 79 meliponicultores são acompanhados, unindo preservação ambiental, valorização cultural e fortalecimento da economia local.

O Brasil celebra, em 3 de outubro, o Dia Nacional da Abelha, uma data que busca sensibilizar a sociedade sobre a importância desses polinizadores para o equilíbrio da natureza e para a vida humana. As abelhas desempenham um papel essencial na polinização de plantas cultivadas e nativas, processo responsável pela reprodução de grande parte das espécies vegetais e pela formação de frutos e sementes. Estima-se que cerca de 70% dos alimentos consumidos no mundo dependam, direta ou indiretamente, da ação desses insetos. Além de garantirem a manutenção da biodiversidade e a segurança alimentar, as abelhas também contribuem para a economia, com a produção de mel, própolis e outros derivados cada vez mais valorizados no mercado.

 

Além das espécies mais conhecidas, como a abelha africanizada (Apis mellifera), o semiárido nordestino abriga uma variedade de abelhas nativas sem ferrão, fundamentais para a manutenção dos ecossistemas da Caatinga. A criação dessas abelhas é conhecida como meliponicultura, atividade que gera renda e contribui para a conservação do bioma. É nesse contexto que a Associação Caatinga atua fortalecendo a meliponicultura por meio do projeto No Clima da Caatinga (NCC), iniciativa realizada desde 2011 em parceria com a Petrobras, por meio do Programa Petrobras Socioambiental.

 

O trabalho da Associação Caatinga com meliponicultura começou em 2007, com capacitações e distribuição de enxames de abelha da espécie Jandaíra (Melipona subnitida). Com o apoio do NCC, essas iniciativas ganharam força e consolidaram a meliponicultura como uma tecnologia social sustentável para as comunidades do entorno da Reserva Natural Serra das Almas, uma Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN), localizada entre Crateús (CE) e Buriti dos Montes (PI) e gerida pela Associação Caatinga.

 

Em 2022, o projeto implantou meliponários nas comunidades, oferecendo estruturas para aumentar a produção de mel e fortalecer a economia local. Além de preservar as abelhas nativas do semiárido, a iniciativa valoriza a floresta em pé e mostra como os produtos da bioeconomia podem gerar renda aliada à conservação ambiental.

 

Desde a implementação do projeto, os resultados alcançados reforçam o impacto da iniciativa: foram 260 caixas de enxames distribuídas, 341 pessoas capacitadas e 11 meliponários construídos nas comunidades do entorno da Reserva Natural Serra das Almas. “Essas ações fortalecem a meliponicultura local, promovem geração de renda sustentável e contribuem para a conservação das abelhas nativas e do ecossistema da região”, destaca Carlito Lima, analista de projetos socioambientais da Associação Caatinga e especialista em meliponicultura.

Atualmente, a Associação Caatinga acompanha 79 meliponicultores em suas atividades. O mel da abelha Jandaíra (Melipona subnitida) pode ser vendido por até R$150 o litro, garantindo renda extra às famílias. Além do valor econômico, a atividade contribui para a conservação da Caatinga, pois as abelhas polinizam plantas nativas e auxiliam na regeneração da vegetação. O projeto também resgata o valor cultural e medicinal do mel, tradicionalmente utilizado contra inflamações e infecções respiratórias.

 

“Antes, meu meliponário comportava cinco ou seis caixas. Agora, aumentou, dá até para 25 caixas. Minha produção vai crescer bastante e vai melhorar muito para mim. É uma renda extra importante”, destaca Moacir Lima Filho, meliponicultor apoiado pelo projeto.

 

Lucilene Cardoso, também meliponicultora, comemora a expansão da estrutura de criação: “Sou muito grata ao projeto No Clima da Caatinga, porque ganhei este meliponário. Ele ajudou a aumentar o número de colmeias, e mais abelhas significam mais mel, o que se traduz em uma renda melhor para mim”.

 

Em setembro deste ano, foi iniciada a quinta fase do No Clima da Caatinga, com novas ações para fortalecer ainda mais a meliponicultura na região. Estão previstas a implantação de cinco novos meliponários familiares, além da produção de um manual de capacitação e oficinas práticas para os meliponicultores. O projeto também oferece assistência técnica continuada aos produtores apoiados em fases anteriores e o lançamento de uma cartilha digital sobre a criação da abelha Jandaíra.

 

Mais informações sobre o projeto “No clima da Caatinga”

O Projeto “No Clima da Caatinga” atua no semiárido brasileiro desde 2011 para mitigar efeitos do aquecimento global, apoiar a adaptação climática de comunidades rurais e conservar a Caatinga, seus recursos hídricos e a fauna local, como o tatu-bola. O projeto é realizado pela Associação Caatinga em parceria com a Petrobras por meio do Programa Petrobras Socioambiental.

 

A base do projeto é a Reserva Natural Serra das Almas, RPPN com 6.285 hectares, localizada entre Crateús (CE) e Buriti dos Montes (PI). Ao redor da reserva, 40 comunidades rurais, com cerca de 4 mil famílias, recebem apoio direto das ações do projeto.

 

Sobre a Associação Caatinga

A Associação Caatinga é uma organização da sociedade civil, sem fins lucrativos, cuja missão é conservar a Caatinga, difundir suas riquezas e inspirar as pessoas a cuidar da natureza. Desde 1998, atua na proteção da Caatinga e no fortalecimento da resiliência das comunidades rurais, apoiando práticas que favorecem a convivência com a semiaridez e de adaptação aos efeitos do aquecimento global.

Redação com assessoria

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