
'Arthur Lira tomar para si a decisão sobre planos de saúde é muito assustador'
Em entrevista ao Jornal da CBN, Ligia Bahia, professora do Instituto de Estudos em Saúde Coletiva da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), critica a falta de participação de órgãos públicos de saúde na decisão de suspender unilateralmente contratos de planos de saúde.
Recentemente, operadoras de planos de saúde cancelaram unilateralmente contratos de pacientes que necessitam de tratamentos intensivos, como idosos, pessoas com deficiência (PCDs) e autistas. No entanto, na última terça-feira (29), o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, reuniu-se com representantes do setor e anunciou que os planos de saúde precisarão suspender os cancelamentos realizados "em relação a doenças e transtornos".
Em entrevista ao Jornal da CBN, a professora do Instituto de Estudos em Saúde Coletiva da UFRJ, Ligia Bahia, questionou a falta de participação da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) ou do Ministério da Saúde na decisão.
'a gente continua numa situação instável, porque é muito estranho que o presidente da Câmara faça esse anúncio. Não foi o Ministério da Saúde, não foi a Agência Nacional de Saúde Suplementar e não há uma mudança na lei, por enquanto. E também não houve uma medida administrativa que assegure para as pessoas que passaram por esse problema que isso não acontecerá de novo'. Declarou.
'cadê a ANS? Sumiu. Ninguém sabe, ninguém viu. Enfim, uma instituição pública importante, com concurso público, com corpo de técnicos muito qualificado e que, na realidade, assim, desde a pandemia vem desaparecendo, e agora, com essa, digamos assim, o Arthur Lira tomar para si essa tarefa de anunciar um acordo é muito assustador.'