Apesar de aval de Moraes, relator da CPMI do INSS decide não visitar Bolsonaro
O ministro Alexandre de Moraes autorizou que o deputado Alfredo Gaspar, relator da CPMI do INSS, visitasse Jair Bolsonaro em prisão domiciliar, mas o parlamentar desistiu para evitar questionamentos sobre sua imparcialidade. Bolsonaro, preso desde agosto de 2025 por decisão de Moraes, receberá outras visitas autorizadas, como as de Jorge Oliveira, Bispo Rodovalho e Rogério Marinho. Já o pedido de visita de Valdemar Costa Neto foi negado, após Moraes sugerir reabrir investigação contra ele no inquérito do golpe.
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes autorizou nesta quinta-feira, 23, que o relator da CPMI do INSS, deputado Alfredo Gaspar (União Brasil-AL), visite o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) – em prisão domiciliar – no dia 29 de outubro.
O parlamentar é relator da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga o escândalo de descontos indevidos de aposentados e pensionistas do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social). Em nota à IstoÉ, Gaspar disse ter desistido de visitar Bolsonaro para “evitar qualquer questionamento ou ilação” quanto seu compromisso com a relatoria da comissão.
“Infelizmente, enquanto estiver na relatoria não poderei ir. Mas o ex-presidente Bolsonaro tem minha solidariedade e respeito”, disse à reportagem.
Segundo o deputado, o ex-mandatário pretendia dialogar sobre o cenário de Alagoas – porém, neste intervalo, Gaspar virou relator da comissão e preferiu não se encontrar com Bolsonaro.
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Mesmo que o esquema de descontos seja antigo e remonte a diferentes gestões públicas, a oposição aposta na CPMI como principal arma de desgaste contra o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT)
Bolsonaro está preso em sua residência em Brasília desde agosto de 2025, por determinação do próprio Alexandre de Moraes. A medida foi aplicada em relação ao inquérito que investiga a atuação de Eduardo Bolsonaro nos Estados Unidos.
Outras visitas permitidas a Jair Bolsonaro:
- Jorge Antônio de Oliveira, ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) – dia 28 de outubro, das 9h às 18h;
- Bispo Rodovalho, fundador da Sara Nossa Terra – dia 30 de outubro, das 9h às 18h;
- Rogério Marinho (PL-RN), líder da oposição no Senado – dia 31 de outubro, das 9h às 18h.
Valdemar da Costa Neto, presidente do PL, também estava entre as solicitações de visita feitas pelos advogados, mas teve o pedido negado. A decisão ocorre após Moraes sugerir a reabertura de investigação contra o bolsonarista no inquérito de golpe.