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Alckmin diz que organizações criminosas devem ser enfrentadas por terra, mar e ar
Geraldo Alckmin, vice-presidente do Brasil — Foto: Cadu Gomes/Vice-Presidência da República
Política

Alckmin diz que organizações criminosas devem ser enfrentadas por terra, mar e ar

CBN

Declaração

A recente megaoperação policial no Rio de Janeiro, que deixou 121 mortos nos complexos da Penha e do Alemão, reacendeu o debate sobre segurança pública e deu novo impulso a projetos que tramitam no Congresso Nacional.

No centro das discussões, estão duas propostas: o chamado projeto antifacção, apresentado pelo governo federal, e outro texto, apoiado por parlamentares da direita, que pretende equiparar ações de facções criminosas a grupos terroristas.

Durante um fórum de desenvolvimento realizado nesta segunda-feira, em Itu, no interior de São Paulo, o vice-presidente Geraldo Alckmin, do PSB, defendeu a atuação conjunta entre entes federados no combate ao crime organizado.

 

"A organização criminosa deve ser enfrentada por terra, mar e ar. Então, todo o trabalho e cooperação. Precisamos unir os três níveis de governo, municipal, estaduais, nacional, no combate ao crime organizado. São Paulo é um bom exemplo. Nós tínhamos, em 2001, mais de 12 mil assassinatos por ano. Reduzimos para 11, 10, 9, 8, 7, 6, 5, 4, 3. Quando saí do governo era 2.900, hoje é 2.500."

 

Alckmin evitou comentar o projeto apoiado pela chamada bancada da bala, que prevê enquadrar facções como o Comando Vermelho e o PCC na Lei Antiterrorismo. O governo Lula aposta ainda na chamada PEC da Segurança Pública, que amplia o papel da União na formulação de políticas para o setor — proposta criticada por governadores de oposição e secretários estaduais, que veem risco à autonomia dos estados.

Entre os críticos está o secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, do Progressistas. No mesmo evento, ele adotou um tom mais duro ao criticar o que chamou de “cultura marxista que trata o bandido como vítima da sociedade”.

Derrite deve deixar temporariamente o cargo para reassumir seu mandato na Câmara dos Deputados e relatar o projeto que equipara ações de facções a terrorismo, e defendeu a proposta ao ser questionado por jornalistas.

 

"O que está acontecendo em alguns locais do país, como o que acontece no Rio de Janeiro, por exemplo, onde há um domínio de território, onde há exploração de outras atividades que não deveriam ser exploradas pelo crime, como distribuição de energia, distribuição da internet, de água, de gás, de mototáxi. É uma questão que extrapola a segurança pública e que já entra na questão de soberania, porque é um território paralelo."

 

Derrite afirmou não conhecer os detalhes do projeto antimáfia, do governo federal, mas reforçou que defende penas mais severas e o uso de inteligência para enfraquecer o crime organizado. Ele também disse que apoia qualquer iniciativa que venha a encarecer o custo do crime.

 

Também no evento em Itu, o presidente nacional do PSD e secretário de Governo e Relações Institucionais do Estado de São Paulo, Gilberto Kassab, defendeu que a segurança pública deve ser tratada como prioridade nacional e disse que o partido quer contribuir com “aperfeiçoamentos” às propostas em discussão no Congresso, mas por enquanto não tomou lado sobre qual projeto apoiará.

CBN

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