A Galeria política

Na manhã alvissareira do dia 19 de setembro do fluente ano,
inaugurou-se a Galeria política dos vices-governadores em grande estilo
capitaneada pelo Dr. Ronaldo Lessa. Compareceram à solenidade: Marcos
Calheiros - Presidente do Corecon-AL, a ex-prefeita de Maceió Kátia Born,
vários intelectuais, empresários e jornalistas.
Dentre os retratos que compõem a mencionada galeria, vê-se a
figura do filho ilustre de Porto Calvo, jurista, ex-Procurador-Geral do estado de
Alagoas e ex-interventor de Alagoas, Antônio Guedes de Miranda que deixou
marcas indeléveis que a poeira do tempo não conseguirá apagar. Inclusive,
como intelectual e escritor enalteceu o patrimônio cultural alagoano.
No reitorado de Nabuco Lopes (1975), a UFAL instituiu o Concurso
Literário, à época que cursava Ciências Contábeis na Universidade Federal de
Alagoas. Participei do certame com outros estudantes. A Banca Examinadora
concedeu-me o primeiro lugar. Além do prêmio recebido a Gráfica Universitária
publicou o livro: Assim Era Guedes de Miranda, prefaciado pelo inesquecível
mestre Paulo de Castro Silveira.
“ É o que o leitor vai sentir ao ler as páginas escritas por Laurentino
Rocha da Veiga. O jovem e futuroso escritor pega seu escafandro e desce ao
fundo do mar helênico em que viveu o seu biografado. Mostra Guedes de
Miranda professor do velho e tradicional Lyceu alagoano, às escolas penais
italianas e alemães, mas que não esquecia a frase lapidar emoldurada de
citações latinas ”.
Guedes de Miranda foi o fundador das Academia Alagoana de Letras
(1919), reformulou o Teatro Deodoro, ensinou Introdução ao Direito na então
Faculdade que ajudou a edificá-la. A então faculdade de Direito da Ufal,
reconhecida como uma das melhores instituições de ensino superior. Enfim,
lecionou a várias gerações de advogados que povoam a terra que tanto amou
em vida.
Tendo sido chamado inúmeras vezes para compor o quadro de
outras federações, recusando os convites. A Galeria política é, por excelência,
monumento histórico que através das ações do insigne engenheiro Ronaldo
Lessa, faz a ponte entre as atuais e futuras gerações. Por essas e outras
razões, felicito o feito, e, ao mesmo tempo, solicito ao vice-governador autorizar
a Imprensa Oficial a reeditar a pequena obra supracitada.
Era assim Guedes de Miranda. Foi assim Guedes de Miranda. Tão
bom que deve, agora no Céu, está dialogando com outro Doutor, outro Poeta
chamado: Paulo - o grande São Paulo - falando a respeito de suas prédicas,
ou citando o Cântico dos Cânticos, do velho Salomão, que aqui na terra era
seu livro de cabeceira. Assim Era Guedes de Miranda!